Aena registrou um lucro líquido recorde de 1.630,8 milhões de euros em 2023, um valor 80,9% superior ao de 2022, após o registo de eventos financeiros extraordinários, incluindo remunerações de depósitos no Brasil (36,3 milhões de euros) e diferenças cambiais (11,2 milhões). Conforme destacado pela empresa e divulgado pelo EP, o lucro de 2023 é 13,1% superior ao de 2019, antes do início da pandemiaquando atingiu 1.442 milhões.
Em 2023, a Aena obteve um resultado operacional bruto (EBITDA) de 3.022,6 milhões, 45,4% superior a 2022 e 9,3% superior a 2019. Desta forma, a empresa recupera o EBITDA pré-pandemia um ano antes do previsto no seu Plano Estratégico 2022-2026. Excluindo a reversão do impairment do Grupo Nordeste do Brasil Aeroportos, a margem EBITDA seria de 55,8%.
O Rendimento total da Aena aumentou 21,3% no ano passado, para 5.141,8 milhões, com um aumento de 18,5% nas suas receitas aeronáuticas, para 2.858 milhões. Por seu lado, os proveitos comerciais ascenderam a 1.552 milhões de euros, mais 25,2% que em 2022. O total das vendas da actividade comercial superou os níveis de 2019 em 17,3% e os rendimentos de rendas fixas e variáveis facturadas e cobradas no período em que o fizeram em 21,8%.
Dividendos, dívidas, tráfego…
Como resultado da política de pay-out de 80%, a Aena irá propor à assembleia geral ordinária de acionistas, que terá lugar no dia 18 de abril, o distribuição de um dividendo de 7,66 euros brutos por ação imputado aos resultados do exercício de 2023, valor 61,2% superior ao pago em 2022 (4,75 euros brutos por título). Esta melhoria dos dividendos beneficiará tanto os seus accionistas privados como públicos, uma vez que o Governo detém 51% da empresa.
O dívida financeira líquida contábil O valor consolidado do grupo situou-se em 6.222 milhões, face a 6.242,9 milhões em 2022, reduzindo o rácio dívida financeira líquida/EEBITDA do grupo consolidado para 2,06 vezes, face a 3 vezes em 31 de dezembro de 2022.
Houve um sólida geração de caixa. O caixa líquido gerado pelas atividades operacionais atingiu 2.219,8 milhões em comparação com 1.863,2 milhões em 2022.
Ele OPEX do grupo aeroportuário, que inclui despesas com abastecimentos, pessoal e outras despesas operacionais, ascendeu a 2.218,3 milhões em 2023, face a 2.090,7 milhões em 2022. A evolução destas despesas reflete a maior atividade e operação dos terminais e espaços abertos aeroportuários do grupo .
Em quanto a Outras despesas operacionais, destaca a redução da despesa com eletricidade em Espanha, que foi de 121,2 milhões (menos 45,2% que em 2022). Excluindo o impacto da energia, o aumento homólogo das outras despesas operacionais na rede aeroportuária espanhola foi de 140,3 milhões, mais 16% que em 2022 num contexto de maior atividade aeroportuária.
Ele tráfego de passageiros do grupo Aena (Espanha, Londres-Luton e os aeroportos do Nordeste do Brasil) cresceu em 2023 para 314,1 milhões, 16% a mais que em 2022 e o equivalente a 102,3% do tráfego de 2019. Nos aeroportos da Espanha, o aumento chega a 16,2 %, até 283,2 milhões de passageiros, e equivale a 102,9% de 2019.
No a nível internacional, a Aena, por meio de sua subsidiária Aena Desarrollo Internacional, assumiu entre outubro e novembro de 2023 a gestão efetiva das operações dos 11 aeroportos do novo grupo BOAB (Bloco de Onze Aeroportos Brasileiros). A Aena foi vencedora da BOAB em leilão público realizado em agosto de 2022. Os 11 aeroportos do grupo estão localizados em quatro estados (São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pará) e a concessão tem prazo de 30 anos, com o possibilidade de cinco anos adicionais. Esta concessão de 11 aeroportos é a maior operação internacional da história da Aena, que, com a marca Aena Brasil, administra outros seis aeroportos no Nordeste do país desde 2020. Desta forma, a Aena gere 20% do tráfego do país.