Cientistas do Instituto de Neurociências, centro conjunto do CSIC e da Universidade Miguel Hernández (UMH) de Elche, participaram de um estudo internacional que comprovou que células que regulam o sistema imunológico perdem a capacidade de melhorar a recuperação da mielina com o envelhecimento.
A perda de mielina devido à idade ou doenças neurodegenerativas tem consequências profundas para as funções neurológicas.
O estudo internacional, publicado esta segunda-feira na ‘Nature Communications’, identificou duas novas moléculas envolvidas neste processo que, no futuro, poderá ser utilizado como alvos terapêuticos para aumentar a regeneração da mielina em pacientes idosos com esclerose múltipla.
O que é mielina?
O mielina é uma substância protetora presente no sistema nervoso que envolve as fibras nervosaso que Permite que a comunicação entre neurônios ocorre de forma rápida e adequada, como lembra Neurociências.
“É equivalente ao plástico que cobre o cobre de um cabo“explicou Alerie Guzmán de la Fuente, Miguel Servet investigador do Instituto de Investigação Biomédica e de Saúde de Alicante (ISABIAL) e do Instituto de Neurociências, que co-lidera o estudo.
Os investigadores queriam confirmar se esta perda na função reguladora das células T era completamente irreversível.
Neste trabalho, co-liderado por Denise Fitzgerald da Queen’s University em Belfast (Reino Unido), os investigadores concentraram-se em como envelhecerum fator de risco chave que limita a regeneração da mielina, afeta o funcionamento dos linfócitos T reguladores no cérebro e na medula espinhal.
Estas células são responsáveis por regular o sistema imunológico e têm funções regenerativas em diversos contextos, inclusive no processo de recuperação da mielina.
O estudo das células do sistema imunológico
Para realizar este estudo eles usaram um modelo animal de rato entre 19 e 23 meses de idade, o que corresponde a uma idade aproximada de 65 a 70 anos em humanos, e detectaram que com o O envelhecimento aumenta a presença de linfócitos T reguladores, mas estes perderam a sua capacidade para promover células-tronco progenitoras de oligodendrócitos (OPCs), que substituem a mielina perdida.
Os pesquisadores queriam confirmar se isso a perda na função reguladora das células T foi totalmente irreversível e, para isso, realizaram diversas experiências em ratos jovens, nos quais substituíram as suas células por velhos linfócitos T reguladores para verificar que, num animal jovem, tanto as células jovens como as células velhas têm o mesmo mesma capacidade de melhorar a regeneração da mielina.
O resultados dessas experiênciasno qual também participaram investigadores do Instituto de Neurociências e ISABIAL Francisco Javier Rodríguez Baena e Sonia Cabeza Fernández, juntamente com uma equipa da Universidade de Cambridge e Altos Laboratories (Reino Unido), bem como da Universidade de Syddansk (Dinamarca) , são muito positivos, porque sugerem que a perda desta função pode ser reversível.